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Paulo Caldas

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Paulo Caldas Até que ponto o real é real mesmo ou é apenas um espelho de sonho no qual a verdade é um ponto de vista?  A ambiguidade dos nossos anseios nos trazem inquietações filosóficas e espirituais porque são dúplices e tríplices ou as inquietações filosóficas e espirituais nos trazem anseios ambíguos porque são dúplices e tríplices?  Paulo Caldas, exímio artesão das artes plásticas, propõe uma “flecha mensagem” que nos atinge no peito, no coração... Como em René Magritte, para quem as ambiguidades de um quadro seu “vêm da sua natureza profundamente introspectiva e são a resposta de um pensativo observador para a vida superficial ao redor de si”, nas palavras de Edmond Swinglehurst, Paulo Caldas pensa o mundo filosófica e espiritualmente, tanto quanto ideológica e socialmente.  Suas influências, segundo suas próprias palavras, vêm mais do que leu e do que ouviu do que propriamente do que viu.  As leituras de Richard Bach (Fernão Capelo Gaivota, Longe é um lugar que não

Portinari

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Portinari Candido Torquato Portinari nasceu numa fazenda de café, próximo de Brodowski, interior de São Paulo, em 1903. Tendo pouco estudo e não completando nem o ensino primário, aos 14 anos de idade foi recrutado como ajudante por uma trupe de pintores e escultores italianos que realizavam restauração de igrejas e que passavam pela região de Brodowski.  Aos 15, deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes.  Recebe vários elogios de professores e da própria imprensa e aos 20 anos de idade já participa de muitas exposições, sendo destaque em vários jornais.  Interessa-se pelo modernismo e a partir da vitória da medalha de ouro no Salão da ENBA, com uma tela deliberadamente acadêmica e tradicional, parte para Paris e tem contato com artistas como Van Dongen e Othon Freisz, além de conhecer Maria Martinelli, com quem passaria toda a sua vida. De volta ao Brasil, em 1931, muda completamente a estética da sua obra, valorizando as cor

Livro no Brasil não é caro coisa nenhuma

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Uma longa resposta para a pergunta que não quer calar por Carol Chiovatto A ideia de que livro é caro no Brasil é repetida à exaustão, até por pessoas que não costumam comprar livros. Desde sempre ouço gente dizer: livro é caro aqui . Da hora. Então, por que defendo que livro no Brasil não é caro? Já adianto que a resposta para isso é imensa. E vou enumerar cada um dos motivos pelos quais tenho plena convicção de que, não só para mim como para qualquer pessoa razoável, o preço do livro no Brasil é bastante justo. Em primeiro lugar, muitas pessoas acham o livro caro por causa do valor que atribuem a ele — e aqui falo de valor agregado, valor psicológico, e não monetário. Explico. O preço médio de uma promoção BigMac no McDonald’s é vinte reais. É raro ouvir uma pessoa questionar o valor do lanche. Até pode acontecer de dizerem que é caro em relação a outras comidas; raramente, em relação ao seu preço no exterior. De todo modo, por que falei disso? Porque o valor do Bi

Arte, nudez e um debate distorcido

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Uma intelectualidade que considera inaceitável ou retrógrado que a sociedade se mobilize em defesa de suas crianças perdeu completamente o bom senso A opinião pública brasileira se mobilizou nas últimas semanas para questionar duas manifestações artísticas que envolveram a presença ou a participação de crianças e adolescentes. No primeiro caso, o da exposição Queermuseu, realizada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, obras com conteúdo sexual explícito contavam com a visitação do público infantil, inclusive com excursões de escolas ao espaço cultural. No segundo, a performance La Bête tinha a participação do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz, que ficava nu em uma área delimitada, sendo que o público poderia “manipulá-lo”. Em São Paulo, no Museu de Arte Moderna (MAM), uma criança aparentando não mais de 5 anos interagiu com o artista – com a repercussão do fato, surgiram fotos mostrando situação semelhante durante a execução da mesma performance, anteriormente, em S

XVII Concurso Nacional PoeArt de Literatura – 2017

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Fui selecionado para participar do livro Vozes de Aço (XIX Antologia Poética de Diversos Autores) Homenagem (ACEITA E AUTORIZADA) ao escritor/Acadêmico Geraldo Carneiro no XVII Concurso Nacional PoeArt de Literatura – 2017. Poemas, de minha autoria, que estão no livro: Movimento cósmico Universos colidem... e se amalgamam em grandes e inúmeras galáxias... rodopiam, rodeadas por imensos quasares... energia em suas fronteiras de luz que nunca terminam... Mundos se formam... se desformam, num átimo. Tudo que era, deixa de ser... também tudo que não era passa a ser... num balanço de grande monta que não para, sem começo nem fim... Mauricio Duarte Gratidão pela vida Pedras n´água do rio são como falsos desvios; trazem alguns caminhos, mas não impedem, assim, o fluxo do tal rio... Também esses que perdem gratidão pela vida; trazem deles caminhos, mas não impedem, assim, o fluxo maior da vida... Mauricio Duarte

Carlos Scliar

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Carlos Scliar O máximo do sintético num cubismo revisitado com carga gráfica pessoal e intransferível...  Assim vejo o trabalho artístico de Carlos Scliar; pintor, gravador, desenhista, ilustrador, designer gráfico, cenógrafo e roteirista.  Scliar nasceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul em 1920 e recebeu as primeiras aulas de arte com o pintor austríaco Gustav Epstein em 1934.  Um ano depois, defrontou-se com o dilema de todos os artistas plásticos da época: conformar-se com a arte das academias ou iniciar sua própria leitura do modernismo.  Escolheu o último e logo assumiu posição de contestação aos acadêmicos, juntamente com artistas do grupo Santa Helena. Ao longo de sua carreira brilhante, burilou sua poética visual com amplas perspectivas e possibilidades, sempre visando uma inovação.  Suas colagens em relevo enceradas s/tela demonstram o seu grande viés de pesquisa pictórica e gráfica, consubstanciado em peças de arte que retratam coisas simples.  Um copo numa mesa

Como a transgressão se tornou um cliché da arte contemporânea

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por Leandro Narloch Em tempos de polêmicas sobre exposições de arte transgressora no Brasil, é interessante reler o ensaio “Como a arte moderna se tornou refém da necessidade de chocar”, do filósofo Roger Scruton. Principal nome do conservadorismo na Inglaterra, Scruton mostra como a arte atual se resume a um exercício de fingimento coletivo e de esgotamento da ideia de transgressão.“Não é fácil ganhar o status de artista original”, diz Scruton no ensaio. “Mas as recompensas, numa sociedade em que a arte é reverenciada como a mais alta realização cultural, são enormes. Portanto há um motivo para fingir ser original.”   Na arte contemporânea, esse fingimento é coletivo. Artistas quebram regras e costumes; críticos e curadores posam como gente sofisticada capaz de entender significados ocultos às pessoas comuns; jornalistas tratam de ampliar a importância que esse pequeno mundo dá a si próprio. Em comum, artistas, críticos e jornalistas de