Um Gonçalense em Harvard


 
Uma das instituições mais importantes do mundo, a Universidade de Harvard (EUA) admite número recorde de brasileiros para os cursos de graduação no mesmo ano.

Seis estudantes de diferentes partes do país foram aceitos para as turmas que iniciam as aulas em agosto deste ano e terminam em 2017.
 
Entre os que receberam a notícia da admissão recentemente estão: Larissa Maranhão, de 18 anos, de Maceió (AL); Taciana Pereira, 18, de Curitiba (PR); Renan Ferreirinha Carneiro, 19, de São Gonçalo (RJ) e Victória Jalowitzki de Quadros, de Porto Alegre (RS), os dois últimos alunos de colégios militares. Gabriel Guimarães, 19, de Vitória (ES), e Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17, de Lins (SP) já tiveram a resposta positiva anunciada anteriormente. Os admitidos precisam se matricular até o dia 1º de maio.

Para garantir uma cadeira em Harvard é preciso muito mais do que ser bom aluno. Nos Estados Unidos não existe vestibular, o processo ("application") reúne provas, cartas de recomendação, entrevista, redações e avaliação das atividades extracurriculares. Neste último quesito não faltou aos brasileiros boas histórias para contar e agradar o comitê de admissão.

Neste ano a Universidade de Harvard admitiu 2.029 estudantes de todo o mundo, o equivalente a 5,8% dos candidatos, ou seja, 35.023. Mais de 27% pretendem seguir na área de ciências sociais, 23% nas ciências biológicas, quase 18% nas humanidades, 15% em engenharia e ciência da computação, 9% nas ciências físicas, 7% em matemática, e o restante está indeciso, segundo a instituição.

A admissão não significa que os alunos estarão isentos das mensalidades. Por ano, o custo chega a ser de US$ 60 mil, cerca de R$ 120 mil. Paralelo ao processo de disputa da vaga, os candidatos precisam solicitar bolsas de estudo que podem até ser de 100%, mas é concedida segundo a condição socieconômica da família, e não por mérito do aluno. Harvard estima que cerca de 60% dos novos estudantes necessitem de alguma ajuda financeira para manter os estudos.

 
Renan Ferreirinha foi eleito coronel-aluno do
Colégio Militar do Rio de Janeiro (Foto:Arquivo pessoal)
 
Liderança no colégio

Renan Ferreirinha Carneiro nasceu em São Gonçalo e estudou por sete anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Lá, quando concluiu o ensino médio no ano passado, assumiu o posto de coronel-aluno cuja missão era de comandar o batalhão escolar composto por 2.000 estudantes. O cargo foi resultado de um histórico escolar impecável, entre outros critérios.

Renan não é filho de militares, a mãe é professora de matemática da rede municipal de São Gonçalo e o pai contador, mas entrou na escola em 2006 após ser aprovado em um concurso que fez incentivado por um tio que é militar. Para o estudante, as atividades de liderança no colégio o ajudaram a conquistar a tão sonhada vaga em Harvard. Ele também foi aceito em outras sete universidades importantes, como Brown, Columbia, Princeton e Yale.
Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores"
Renan Ferreirinha, de 19 anos
“Me tornar coronel-aluno foi de grande importância, sempre que tinha uma atividade oficial representava o colégio. Também fui vice-presidente do prêmio e monitor. O colégio militar te oferece muitas oportunidades de atividades extracurriculares, une diversos fatores como ensino forte, espaço físico enorme, entre outros.”
Outro ponto positivo da candidatura de Renan foi o trabalho voluntário no Complexo Lins, Zona Norte do Rio. Na comunidade, ainda não pacificada, ele, o primo e uma amiga canadense dão aulas gratuitas de inglês para as crianças todos os sábados. A atividade está ligada ao grupo Solidariedade em Marcha (Somar) onde atua há mais de dois anos.

No futuro, Renan quer trabalhar com gestão pública e educação no Brasil. Para isso pretende estudar economia e ciências políticas. “Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores. Acredito muito na minha geração,  gosto de uma frase que diz ‘nada deve parecer impossível de mudar’”.


 fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/04/harvard-admite-numero-recorde-de-estudantes-brasileiros-para-graduacao.html

Comentários

Leo Vieira disse…
Que orgulho. Parabéns, Renan e que Deus lhe dê discernimento e disposição nesta caminhada.

Postagens mais visitadas deste blog

A breve vida da página "Armandinho morrendo violentamente"

A diferença entre o Rio de Janeiro e São Paulo